Blog Mario Silva

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Preso suspeito de matar jovem de família pobre que estudava Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco

Posted at  17:23  |  in  

RECIFE - A Polícia Civil de Pernambuco prendeu nesta quarta-feira João Guilherme Nunes da Costa, suspeito de matar o universitário Alcides do Nascimento, assassinado em 6 de fevereiro deste ano . Ele foi detido no bairro de Sucupira, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.


João Guilherme Nunes foi encontrado após a prisão de um comparsa, identificado apenas como Siri. De acordo com a polícia, ele deu informações de onde estaria o suspeito pela morte de Alcides. João Guilherme deve ser apresentado pela polícia nesta quinta-feira.

Aos 22 anos, o estudante de Biomedicina estava perto de concluir o curso, depois de ter sido o primeiro lugar entre todos os estudantes das escolas públicas aprovados no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco em 2007. Ele foi assassinado no dia 6 de fevereiro, na frente da casa onde morava na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, no Recife. Um dos suspeitos pelo crime, um adolescente de 16 anos, foi detido pela polícia poucos dias depois do homicídio, no dia 14, e encaminhado à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

À época do crime, o rapaz contou em depoimento que tramou uma vingança com João Guilherme Nunes da Costa. Os dois queriam matar um vizinho de Alcides, que teria agredido o adolescente. Na procura por esse vizinho, a dupla chegou à casa de Alcides. Como ele não sabia onde estava o vizinho, foi assassinado.

O suspeito de matar Alcides tem uma longa ficha criminal. A polícia possui uma pasta com 133 folhas, que reúne os processos de todos os crimes cometidos por João Guilherme. O primeiro foi um homicídio cometido em março do ano 2000. depois de uma discussão por causa de uma camisa ele matou a tiros um homem identificado como Luciano Alberto de Oliveira. Na época ele tinha 19 anos.

Ele foi preso em flagrante em janeiro de 2001 depois de arrombar uma casa em Maria Farinha, na cidade de Paulista, e levado para o presídio Aníbal Bruno.

Em maio de 2004 foi condenado a nove anos de prisão no regime fechado pelo homicídio. Quase um mês depois saiu outra sentença: por causa do arrombamento ele foi condenado a 4 anos no regime semi-aberto.

Em abril de 2005, ele foi transferido para a penitenciária Barreto Campelo e em outubro do mesmo ano, o juiz Abner Apolinário da Silva somou as condenações, totalizando 13 anos de prisão. Como João Guilherme havia cumprido mais de um sexto da pena, como determina a lei, o juiz decidiu pela transferência dele para a Penitenciária Agro Industrial São João, em Itamaracá. A transferência foi em outubro de 2005 e, menos de dois meses depois, João Guilherme fugiu.

Ele foi recapturado no dia 28 de março de 2008, acusado de cometer outro crime: formação de quadrilha na cidade de São Lourenço da Mata, Na Região Metropolitana. Por conta disso, ele foi levado para o Cotel em Abreu e Lima.

Em abril de 2008 foi transferido para o presídio Aníbal Bruno e, em mais um julgamento, foi condenado por formação de quadrilha em março de 2009, onde pegou mais três anos de prisão. Ele foi encaminhado então para a Barreto Campelo e depois voltou para o Aníbal Bruno.

No ano passado, em novembro, a defensora pública Helane Malheiros pediu a concessão da progressão de regime, ou seja, que ele cumprisse o restante da pena no semiaberto, por já ter cumprido um sexto da pena.

O Ministério Público foi contrário ao pedido da defensoria, alegando que João Guilherme não havia cumprido o tempo mínimo necessário para receber o benefício. No dia 11 de dezembro o promotor Marcelus Ugiete deu um parecer contrário ao pedido levando em consideração a fuga de João Guilherme.

As contas do ministério público começaram a ser feitas a partir da data da recaptura em 2008 e, por isso, apenas no dia 3 de fevereiro de 2010, o preso teria direito a passar para o regime semi-aberto.

Em um mutirão carcerário realizado pelo Conselho Nacional De Justiça 13 dias depois, o juiz Gerson Barbosa da Silva Junior, também despachou decisão contrária ao pedido da defensoria.

No dia 15 de dezembro o juiz titular da primeira vara de execução penal, Adeildo Nunes, pediu um levantamento aos servidores se havia algum mandado de prisão preventiva contra João Guilherme.

No dia seguinte, o juiz decidiu somar todas as condenações: o total chegou a 16 anos. Diante dessa unificação de penas, o juiz entendeu que João Guilherme já havia cumprido no regime fechado mais de um sexto da pena e tinha direito a ir para o semi-aberto.

Na decisão, ele explicou que as informações repassadas pela direção da PAI é de que o preso tinha tido um bom comportamento durante o ano e informou que a pena foi interrompida por causa da fuga e que o Ministério Público foi contrário ao pedido da Defensoria Pública.

Mesmo assim o juiz mandou transferir João Guilherme do Aníbal Bruno para a PAI no dia 11 de janeiro. 16 dias depois fugiu mais uma vez e, no dia 6 de fevereiro, de acordo com a polícia, ele assassinou o estudante Alcides.


Fonte: http://oglobo.globo.com

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